A baixa nos preços do suíno em Mato Grosso está fazendo com que cada vez mais criadores deixem a atividade. O custo de produção supera o de mercado e isso fez o setor entrar em colapso.
Dados da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) indicam que o preço do quilo de venda do suíno é de R$ 1,75, o mais baixo de todo o Brasil. Em comparação a São Paulo, que comercializa a R$ 2,05, e Minas Gerais, a R$ 2,20, os preços da produção mato-grossense se tornou inviável, segundo os suinocultores, pois eles gastam em média R$ 2,25 com custos de produção do animal, uma desvalorização de aproximadamente 30% na venda.
A aprovação de linha de crédito para suinocultores não altera a decisão de alguns quanto a desistir de continuar na atividade. Essa decisão tem resultado no fechamento de várias granjas e na possibilidade de muitas outras declararem falência. Essa situação demonstrar se a pior crise da história para os suinocultores.
De acordo com Paulo Lucion, presidente da Acrismat, os custos de produção estão tornando a atividade inviável. Segundo ele, os elementos necessários à produção de alimentos dos suínos (milho e farelo de soja) estão com preços muito altos. O milho e a soja aumentam de preço constantemente, ao passo que o quilo do suíno está cada vez mais baixo.
O abandono da atividade já é uma realidade para muitos produtores mato-grossenses. O empresário Jackson Luiz Dulnik, que possui uma propriedade em Sorriso (460 quilômetros ao norte de Cuiabá), abandonou a atividade este mês. Há três meses, o empresário decidiu que largaria a suinocultura, caso nada mudasse, e assim o fez. Segundo ele, que comprava leitões para a engorda, o preço do suíno está muito baixo. Dulnik estava tendo muito prejuízo, porque tinha gastos com a alimentação do animal e não tinha retorno na hora de vender, em decorrência do preço pago pelo animal
A adesão à linha de crédito especial, aprovada na última sexta-feira (15.06), pelo Conselho Deliberativo do Fundo do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Condel/FCO), não está ajudando os suinocultores a conseguirem desenvolver as atividades.
Segundo Lucion, a linha de crédito, que garante a retenção das matrizes e a abertura de crédito de custos para o suinocultor, com uma carência maior para pagar, ameniza o colapso, porém não acaba com a crise. Ele sustenta que apesar de os suinocultores terem conseguido o crédito, isso não muda a situação se o preço da produção continua superior ao da venda do quilo do suíno. Para ele, com essa situação, eles continuarão perdendo.
Fonte: Suínos
Adaptação: Portal Suínos e Aves
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