O aumento do custo de matéria prima, em especial o farelo de soja, preocupam os setores de frango, suínos e soja, que pediram ajuda ao governo federal para superar os prejuízos ocasionados pelo aumento.
Pedro de Camargo Neto, presidente da ABIPECS (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína), destaca que a quebra da safra de soja americana elevou o custo do farelo do grão no Brasil, pressionando o custo da produção do setor de carnes.
Representantes dos setores se reuniram com Nelson Barbosa, Ministro da Fazenda, e pediram a devolução de crédito de PIS/Cofins e linhas de financiamento para capital de giro.
O presidente da ABIPECS disse que a devolução dos créditos pode demorar de dois a três anos, e em alguns casos mais antigos, cinco anos. Neto afirma que “é a maior seca dos Estados Unidos em cinquenta anos, e é a primeira vez que tem impacto no Brasil”, lembrando também que caso o cenário não se reverta, em breve o aumento do custo será repassado ao consumidor.
Carlo Lovatelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE), afirmou que o setor assegurou ao governo que não vai ter problemas de fornecimento do farelo de soja aos frigoríficos, mas destacou a importância da liberação dos créditos de PIS/Cofins retidos pela Receita Federal.
Em pronúncia, o diretor de Mercado da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (UBABEF), Ricardo Santin, disse que o problema principal é a soja, mas também houve aumento no preço do milho. Segundo Santin, o intensivo emprego de mão-de-obra no setor pode sofrer com a queda na produção por conta do aumento do custo dos insumos, levando a demissão de trabalhadores.
Mais que a devolução de créditos, os representantes esperam linhas de crédito emergenciais para dar fluxo de caixa às empresas. Segundo o diretor da UBABEF, o setor tem um ciclo curto, ou seja, um frango fica “pronto” para o abate em 45 dias e a empresa já precisa logo depois desse prazo comprar novos insumos. Segundo ele, no início do ano, a tonelada de soja variava entre R$ 650 e R$ 700. Agora gira em torno de R$ 1,3 mil a R$ 1,4 mil. Já a saca do milho, segundo ele, está em torno de R$ 30 a R$ 35, enquanto deveria estar custando entre R$ 23 e R$ 26.
Fonte: Agência Estado
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