Setor de suínos e aves é ameaçado pela crise dos insumos

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A disparada nos preços dos principais insumos (soja e milho) encareceu fortemente a produção de carnes de aves e suínos no Brasil e ameaça derrubar a competitividade do setor neste ano. As previsões para 2013 são de redução da produção ou crescimento vegetativo, com inevitável aumento do preço dos alimentos a base de carne no mercado doméstico e exportação, devido ao forte encarecimento do preço da soja nos mercados nacional e mundial, revelou o presidente do Sindicado das Indústrias da Carne e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne), Clever Pirola Ávila.

Por causa da escassez de insumos, existe uma forte pressão para aumento de preço dos grãos até a próxima safra. Santa Catarina tem mais de 17.000 suinocultores e avicultores integrados às agroindústrias produzindo num setor que emprega diretamente 105 mil pessoas e, indiretamente, mais de 220 mil trabalhadores.

Clever Pirola Ávila avalia que o alto custo do milho impactou o resultado final da produção rural. Santa Catarina cultiva 540.000 hectares e produz cerca de 3 milhões de toneladas, mas consome 6 milhões, importando do exterior ou do Mato Grosso e Paraná o volume necessário para suprir o déficit de 3 milhões de toneladas. Criadores e indústrias são os mais prejudicados. Mas não há dúvidas que o produtor independente, aquele que não participa do sistema de integração, está em situação dramática porque não tem a cobertura de nenhuma agroindústria. Ávila acrescenta que se os custos de matéria-prima continuar subindo o setor terá impacto no custo total do frango de forma direta, e não há outro caminho a não ser repassar os custos para os preços. O encarecimento do preço do frango é uma grande possibilidade, porém, o mercado define os preços não somente pelos custos, mas também pela lei da oferta e procura.

Uma alternativa apontada pelo presidente do Sindicarne, para minimizar o problema é fazer o controle das exportações, através da gestão de estoques e estratégias de aquisição.

 O presidente da Sindicarne faz um balanço da situação atual e declara que o aumento das exportações de milho e farelo de soja causou desbalanceamento de abastecimento no Sul do Brasil, perda momentânea de competitividade em todos os mercados e aumento do uso de capital de giro. Enquanto os sojicultores comemoram, avicultores, suinocultores e agroindústrias sofrem. Os preços elevados da soja e do milho encarecem os custos das cadeias produtivas de aves, suínos e leite, afetando os criadores e as agroindústrias.

 Com a elevação dos custos as principais consequências foram a elevação dos preços para os mercados interno e externo e diminuição momentânea da produção para a busca do equilíbrio de custos. Para Clever as dificuldades residem na falta de crédito para capital de giro, regularidade de abastecimento de matérias-primas, além das consequências das greves dos diversos serviços públicos essenciais ao nosso setor, como Anvisa, Dipoa, SIF, Vigiagro, Receita Federal e Polícia Federal.

Em relação à queda momentânea da produção, esta ocorreu pela dificuldade de obtenção de crédito para capital de giro. As vendas foram mantidas através dos contratos já efetuados e estoques regulares, porém num novo patamar de preços, afirma.

Para superar esse quadro de dificuldade Clever aponta que em curto prazo  é preciso canalizar via dispositivos do Governo Federal a disponibilidade dessas matérias-primas em Santa Catarina, e  a médio e longo prazo é  preciso aumentar urgentemente a produção de milho.

“Precisamos unir todos os elos da cadeia produtiva para propor ao Governo Federal a criação de um vigoroso programa para o aumento da produtividade catarinense e nacional mediante o aporte de tecnologia avançada em termos de sementes, manejo, preparação de solos e tratos culturais. O ponto-chave desse programa deve ser a concessão de benefícios e incentivos que o governo central daria para os produtores ampliarem o uso da tecnologia. Outra estratégia é a transferência para a cultura do milho das áreas atualmente cultivadas com soja (cerca de 400.000 hectares em território barriga-verde). Nesse aspecto serão necessárias garantias de comercialização e liquidez para convencer os plantadores de soja a optarem pelo milho”, afirma.

A expectativa do setor para o ano de 2013 é trabalhar com o novo patamar de custos para commodities; continuar repassando este aumento de custos para os preços de venda; aproveitar a oportunidade de potenciais aberturas de Santa Catarina para suínos, como Japão e Coréia do Sul, além dos mercados já abertos: USA e China.

Fonte: Rural Centro

Adaptação: Portal Suínos e Aves

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Atualizado em: 26 de setembro de 2012