Os primeiros suínos do Brasil fertilizados in vitro, nasceram nesta segunda-feira (29), no Centro de Ciências Agro Veterinárias (CAV) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) que se localiza na cidade de Lages (SC). Os filhotes são frutos de uma experiência que começou há 115 dias e teve acompanhamento de professores, alunos e mestrandos do curso de Medicina Veterinária da Instituição.
A pesquisa, de acordo com Alceu Mezzalira, professor de reprodução animal e pesquisador do projeto de fertilização in vitro e clonagem de suínos, começou há cerca de dois anos e já foram feitas duas tentativas. Uma, há cerca de um ano, não deu certo, pois a porca aguentou apenas 80 dias de gestação e abortou. A experiência dessa vez deu certo apenas com uma das três porcas que foram fertilizadas, as outras duas não conseguiram segurar a cria.
O professor de suinocultura José Cristani afirma que não se tem registro de outra experiência como essa que tenha dado certo até hoje no país. Segundo ele, Lages torna-se, a partir de hoje, pioneira em fertilização de suínos in vitro.
A porca que serviu de barriga de aluguel para os seis leitõezinhos recebeu 30 embriões, sendo que 15 deles in vitro e 15 de uma experiência de clonagem, que não deu certo. O gene clonado foi de uma raça quase extinta conhecida por caruncho, que é um porco que contém muita gordura, mas não apresenta doenças como diabetes e nem relacionadas ao coração. Por isso o interesse em preservar a raça. Já os seis in vitro que deram certo não têm raça definida, são porcos totalmente comerciais que deverão ser abatidos quando alcançarem aproximados 100 quilos.
O objetivo principal e futuro do projeto é acabar com a transferência de animais vivos, pois o transporte pode ser alvo de doenças e contaminação. O professor José Cristani explica que a fertilização in vitro garante a bio segurança dos animais e, consequentemente, de seus produtores.
Segundo Mezzalira em aproximadamente 48 dias uma nova bateria de embriões deverão ser fertilizados novamente com as duas modalidades, in vitro e clonagem.
Os pequenos porcos devem ser monitorados ainda por dois dias pelos acadêmicos que acompanham a experiência. Em 30 dias serão desmamados e seguiram para outro local, onde permanecerão em engorda até seguirem para o frigorífico.
Fonte: Pecuária Rural
Adaptação: Portal Suínos e Aves
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