Exportações do mercado de suínos

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O Centro de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Cepea) observou que em quase todas as regiões acompanhadas pelo centro o setor de suínos esteve em franca valorização em novembro, com os preços do animal vivo e da carcaça encerrando o mês em patamares recordes para 2012.

A oferta de animais para abate no final do ano ficou limitada devido os aumentos que estiveram atrelados à baixa oferta de animais no mercado – com os elevados custos de produção, muitos produtores venderam suínos mais leves ou matrizes quando as cotações estavam em baixa.

O elevado ritmo de exportação nos últimos meses ajudou a enxugar o mercado, favorecendo a valorização da carne e do animal no mercado interno, mesmo que no mês de novembro os embarques tenham enfraquecido.

A demanda no mercado doméstico também é tipicamente aquecida em final de ano. Em 2012, houve compras para suprir essa demanda sazonal, mas, segundo colaboradores do Cepea, muitos frigoríficos postergaram ao máximo a formação de estoques. As indústrias alegavam que o valor de compra do animal ficou bastante elevado, tendo em vista que a demanda pelo consumidor final não estava tão aquecida a ponto de absorver o forte aumento dos preços do suíno vivo, quando os mesmos eram repassados para a carne.

O Indicador do Suíno Vivo Cepea/Esalq de Minas Gerais, no dia 30 de novembro, fechou a R$ 3,91/kg, o maior patamar, em termos nominais, de 2012. No mês, o Indicador subiu expressivos 10,5%. No estado de São Paulo, o aumento também foi de 10,5%, com o animal vivo negociado a R$ 3,59/kg.

As cotações do animal no encerramento de novembro foram as maiores do ano nos estados do Sul do Brasil, assim como no sudeste. O quilo do suíno chegou a R$ 3,02 em Santa Catarina, aumento de 9% no mês. No Paraná, o Indicador fechou novembro a R$ 3,02/kg e, no Rio Grande do Sul, a R$ 2,88/kg – altas de 4,1% e de 5,9%, respectivamente.

Em relação às exportações, após o forte ritmo de exportação de carne suína nos últimos meses, os embarques recuaram 18,1% de outubro para novembro, totalizando 44,4 mil toneladas de carne in natura. Essa quantidade, no entanto, é 24,4% superior à de novembro/11, segundo dados da Secex.

Já foram exportadas 466,7 mil toneladas da carne brasileira no acumulado de 2012, aumento de 15% em relação ao mesmo período do ano passado. Se as apostas no início do ano eram de um mercado interno forte e de queda nas exportações, o que acontece, de fato, é justamente o contrário.

Os custos para a produção de suínos estão mais elevados também em outros países, devido ao aumento nos preços de milho e do farelo de soja, o que é um ponto importante a se ressaltar. Tal cenário pode ter elevado à compra do produto já pronto, ou seja, a carne.

Em relação aos insumos entre 31 de outubro e 30 de novembro, a tonelada de farelo de soja desvalorizou 0,4% em Campinas (SP), fechando à R$ 1.139,98 no encerramento de novembro. Na região de Chapecó (SC), o derivado chegou a R$ 1.191,42/t, recuo de fortes 7% no período. Já os preços do milho, as valorizações de maior intensidade foram observadas nas regiões paranaenses e paulistas. Na região paulista, a saca de 60 kg de milho valorizou 9,6%, à R$ 34,90. Na região catarinense, o preço médio do cereal foi para R$ 34,42/SC, elevação de 2,5% em novembro.

Já as carnes concorrentes (bovina e de frango) no mercado externo a carne brasileira parece ganhar competitividade, no Brasil, a situação é bem diferente frente às concorrentes. Isso porque, em novembro, o preço da carcaça comum suína se aproximou ainda mais do valor médio da carcaça casada bovina, ambas negociadas no atacado da Grande São Paulo. Tal cenário favorece o consumo de carne bovina, que é preferida pelo brasileiro.

A diferença entre o preço da carcaça comum suína e da carcaça casada bovina chegou a ser de apenas 66 centavos no último dia 30 de novembro, quando a carcaça suína esteve, em média, a R$ 5,59/kg e a carcaça casada bovina foi negociada a R$ 6,25/kg. A última vez que os preços dessas carnes estiveram tão próximos foi em junho de 2009 – naquela época, o preço médio da carne suína foi impulsionado pela notícia de que a Rússia voltaria a comprar o produto de Santa Catarina, que estava embargado desde os focos de aftosa em 2005.

O frango inteiro resfriado fechou novembro, em média, a R$ 3,65/kg – o que favorece a competitividade da concorrente, permitindo o distanciamento da carne suína.

Fonte: Pork World

Adaptação: Portal Suínos e Aves

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Atualizado em: 26 de dezembro de 2012