Doença de Glasser em Suínos

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Inúmeros microorganismos, alguns potencialmente patogênicos, colonizam suínos já nas primeiras horas de vida. Um destes agentes é o Haemophilusparasuis (HP), que tem sido associado à doença de Glässer em suínos desde 1910. A doença de Glässer é uma síndrome bem definida, caracterizada por poliserosites, envolvendo a pleura, pericárdio, peritônio e também está associada à meningite, artrite purulenta e pneumonia serofibrinosa (Ristow et al., 1999). Esta síndrome era de ocorrência esporádica, acometendo suínos jovens, associada a fatores estressantes, como desmame, transporte ou presença de outras doenças respiratórias primárias.

Haemophilusparasuis encontra-se frequentemente no trato respiratório superior de suínos, no entanto nem todas as estirpes causam doença.O Haemophilusparasuis é uma bactéria gram negativa, não hemolítica, imóvel e nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD) dependente, comumente encontrada na cavidade nasal de suínos saudáveis.

Os suínos adoecem de forma súbita, apresentando apatia, febre (40-42°C) seguida por inapetência e anorexia. Dependendo da localização das lesões pode ocorrer tosse, respiração abdominal, inflamação e dor nas articulações podendo ocorrer claudicação e sinais nervosos como tremores, incoordenação, movimentos de pedalagem e decúbito lateral (RAPP-GABRIELSON, 1999; SOBESTIANSKY et al., 2001; OLIVEIRA e PIJOAN, 2002). Raramente, alguns animais podem apresentar a cabeça inchada e cianótica decorrente de miosite aguda no músculo masséter (SOBESTIANSKY et al., 2001).

O diagnóstico deve ser baseado no histórico, sinais clínicos e lesões. Ao selecionar animais ou tecidos para amostragem, alguns critérios devem ser seguidos. Os suínos escolhidos devem apresentar sinais clínicos característicos da infecção, não terem recebido tratamento com antibióticos por pelo menos uma semana e devem ser sacrificados, pois animais já mortos têm as chances de isolamento deH. parasuisdiminudas.

O uso profilático ou terapia oral com antibióticos possui pouco valor em surtos severos de H. parasuis. Altas doses de antibióticos podem ser administradas por via parenteral nos animais doentes e repetir a dose 24 horas depois. Como medida de prevenção pode-se optar por medicar o lote por via oral (água ou ração). Penicilina, amoxacilina, fluorquinolona, cefalosporina, gentamicina espectinomicina e sulfas tem atuado de forma significativa. Já tetraciclina, eritromicina e lincosamida tem mostrado grande resistência (TRIGO et al., 1996). Contudo, deve ser realizado antibiograma para o rebanho, pois a sensibilidade pode variar de acordo com a cepa que está presente.

Por: Paula Paniago Passarinho

 

 

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Atualizado em: 28 de maio de 2012