Segundo cálculos do agrônomo José Baccarin, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Jaboticabal, a partir de estatísticas oficiais, entre 1990 e 2008, o Brasil expandiu o seu plantel de aves comerciais em 120%, enquanto a produção de carne de aves subiu 386,7%. Além de ser a mais rápida forma de produzir proteína animal, a avicultura também é a que mais rapidamente eleva a sua produção.
No mesmo período do levantamento, a bovinocultura registrou aumento de 37,5% no rebanho, 133,5% na produção de carne e 90,4% na produção de leite. Na suinocultura, o rebanho aumentou em apenas 9,5%, mas a produção de carne subiu 188,2%.
As melhorias na genética, na saúde e na alimentação dos animais, contribuíram para os ganhos. No caso das rações, por exemplo, considerando todas as cadeias de produção de carne e derivados, o consumo brasileiro multiplicou-se por quatro entre 1990 e 2009. O salto foi de 14,8 milhões de toneladas para 58,4 milhões de toneladas em apenas duas décadas, de acordo com os dados levantados por Baccarin. Por outro lado, os investimentos na genética melhoraram o processo de transformação da ração em carne (a chamada taxa de conversão alimentar), reduziu a idade de abate e aumentou o rendimento de carne.
O gerente de assistência técnica da empresa de genética avícola Cobb-Vantress, Flávio Henrique, afirma que “há 20 anos, só quem trabalhava com as matrizes, as aves reprodutoras, se interessava na compra de genética boa”.
Atualmente, é preciso usar cerca de 1,73 quilo de ração para produzir 1 quilo de carne de frango, considerando o abate de um animal de 42 dias, a 2,7 quilos de peso total. “Em 1987, precisávamos de 2,15 quilos de alimento para gerar um quilo de carne, com o abate de frangos de 2,3 quilos aos 49 dias”, compara Henrique. “Os custos da alimentação animal estão cada vez mais altos, o que obriga as empresas a buscar a melhor genética para produzir mais carne com menos grãos”, acrescenta o executivo.
Por converter o alimento em carne muito rapidamente, as aves geram muito calor, que exige tecnologia para ser retirado do aviário e não prejudicar as condições de vida dos animais. A evolução da saúde animal, com a veterinária preventiva, por exemplo, e da chamada ambiência, as condições de criação das aves, também pesam na produtividade.
Fonte: Rural Centro
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