Nutrição de frangos e poedeiras

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A produção de frango de corte é uma das grandes responsáveis pelo desenvolvimento da avicultura brasileira. O plantel avícola brasileiro cresceu em volume de produção e principalmente em parâmetros de produtividade.

A evolução genética das linhagens modernas associadas às novas técnicas de manejo de criação, erradicação de enfermidades, ambiência, automação de equipamentos e os avanços na nutrição, foi o que possibilitou a extraordinária evolução da avicultura.

A avicultura do novo milênio vai enfrentar novos desafios, como a restrição ao uso de promotores de crescimento, controle dos resíduos gerados e doenças metabólicas devido ao seu rápido crescimento e redução no custo final de produção. Neste último item, destacamos a alimentação que tem a maior contribuição no custo final de produção, portanto, são nas áreas da nutrição e da alimentação que os técnicos deverão ser progressistas e trabalhar sempre buscando no conhecimento, alternativas que continuem viabilizando a produção avícola.

Na primeira semana de idade o uso de uma dieta pré-inicial para frangos de corte vem sendo cada vez mais preconizado por nutricionista e pesquisadores. Nesta fase, as aves têm a anatomia e a fisiologia do aparelho digestivo diferenciado e apresentam um rápido potencial de crescimento (UNI, 2001; MAIORKA, 2001).

Na formulação de uma dieta pré-inicial, tem que levar em considerações os aspectos de exigência nutricional, tipo e qualidade de ingredientes (macro e microingredientes) e a forma física da dieta (farelada, peletizada, triturada e extrusada). Portanto, deve-se formular tomando os seguintes cuidados: Utilizar nesta fase milho com baixa incidência fúngica e sem micotoxina;
a forma física da ração também é importante nesta fase, utilização de rações mini-peletizadas e triturada.

A indústria animal tem sido forçada a considerar novos conceitos na utilização de aditivos para as rações, devido o grau de exigência do consumidor internacional e brasileiro por alimentos mais seguros e a exigência para a alteração dos procedimentos convencionais, fortalecidos por legislações específica para cada País. A substituição de antibióticos gram negativos e gram positivos, utilizados como promotores de crescimento, por outros aditivos, já tem horizonte definidos. Em vários países especialmente europeus, a grande maioria destas substâncias só pode ser empregada em caráter curativo. Estas substâncias estão sendo substituídos por probióticos, prebióticos, enzimas, antioxidantes, ácidos orgânicos, etc.

Em relação a exigências de aminoácidos para frangos de corte três aspectos relevantes devem ser considerados, a formulação considera as exigências dos frangos de corte por sexo, estação do ano e genética. O conceito de produção de frangos de corte separado por sexo não é novo. Este procedimento foi viabilizado com a introdução de linhas autosexáveis, permitindo a diferenciação de machos e fêmeas no momento da eclosão. A temperatura ambiente afeta as exigências de aminoácidos para frangos de corte. HARMS (1992) verificou que as exigências expressas em porcentagem da dieta, devem ser estabelecidas com base no conteúdo de energia e a temperatura.

Um procedimento que vem tornando-se cada vez mais comum é formulação de dietas para aves com base em aminoácidos digestíveis. A principal vantagem deste procedimento é que o mesmo permite que as dietas sejam formuladas com menor margem de segurança. Como são atribuídos valores de digestibilidade para cada aminoácido em cada ingrediente, os níveis empregados podem ser mais próximos àqueles que realmente os animais necessitam.

Na dieta para poedeiras o nível de energia da dieta é considerado o ponto de partida na formulação de rações para as aves. Na avicultura a energia é o fator mais caro no custo de produção de rações, sendo ainda um fator determinante na produção de ovos. Com o aumento do consumo de energia há um aumento na produção de ovos independente do consumo de proteína e aminoácidos. Se houver um aumento no consumo de proteína e aminoácidos, não acompanhado pelo consumo de energia, haverá uma fraca resposta na produção (LEESON e SUMMERS, 2001). Contudo, há fatores inerentes a essa resposta, principalmente a temperatura ambiente. Segundo os mesmos autores, quando a temperatura atinge 22°C as frangas em início de postura têm energia suficiente para manter a produção de ovos em 90% e algum crescimento. A 28°C o crescimento cessa e a ave começa a usar algumas reservas corporais para aumentar o suprimento de energia, além do alimento. Acima de 33°C a produção de ovos é mantida apenas pelas reservas corporais. Esse cenário é mantido por um curto período de tempo, até que a produção de ovos começa a declinar.

Alimentos alternativos para poedeiras têm sido utilizados uma vez que rações formuladas convencionalmente na avicultura utilizam milho e soja como principais fontes energética e proteica, respectivamente. Como os preços dos ingredientes convencionais utilizados nas rações estão constantemente em ascensão, uma possibilidade de redução de custos seria utilizar outros ingredientes, usados menos frequentemente, chamados de ingredientes alternativos por ser uma opção de substituição parcial e, em alguns casos, integral às fontes tradicionais de energia e proteína. Ao formular rações com tais ingredientes, a utilização de aminoácidos sintéticos pode apresentar um custo/benefício favorável, se os ingredientes utilizados menos frequentemente não estiverem com um preço excessivo em relação ao farelo de soja, isso em função da reduzida disponibilidade de aminoácidos que apresentam em relação a essa fonte proteica.

Tem ocorrido considerável interesse no uso de enzimas exógenas na alimentação de aves nos últimos anos. Há varias razões para descrever esse crescente interesse, pois as enzimas são responsáveis por redução dos fatores antinutricionais dos alimentos; aumento na digestibilidade de amidos, proteínas e minerais; quebra de ligações específicas que indisponibilizam nutrientes; suplementação enzimática no trato digestivo de animais jovens, e, principalmente, redução na variabilidade do valor nutritivo entre alimentos, melhorando a eficiência das formulações (SHEEPY, 2001).

No Brasil as rações são tradicionalmente formuladas com milho e farelo de soja, considerados alimentos de alta digestibilidade, e nesses casos a adição dessas enzimas não traz benefícios, como demonstraram FREITAS et al. (2000) ao estudarem o efeito de um complexo enzimático comercial (alfa-amilase, xilanase e protease) específico para dietas compostas de milho e farelo de soja sobre o desempenho de poedeiras comerciais e observaram não haver efeitos sobre o desempenho das aves.

Assim como no caso das enzimas, os usos de probióticos, prebióticos e simbióticos têm sido estimulados nos últimos anos em função da preocupação com o uso tradicional de antibióticos promotores de crescimento, aos riscos de desenvolvimento de microrganismos resistentes e, ainda, à pressão de grupos de consumidores que têm restrições em consumir carne de aves e suínos criados com rações medicadas. Probióticos, prebióticos e simbióticos são produtos que estão sendo pesquisados como aditivos alternativos para manter os efeitos benéficos de promoção de crescimentos dos antimicrobianos.

Recentemente, produtos como probióticos e prebióticos, começaram a ganhar destaque como os denominados alimentos funcionais, através da possibilidade de reduzir doenças e proporcionar mais saúde ao hospedeiro. Os alimentos funcionais podem ser definidos como produtos alimentícios que além de conter os nutrientes básicos essenciais, possuem a condição específica de beneficiar ao hospedeiro, através de melhorias na sua saúde (SILVA e ANDREATTI FILHO, 2000).

Existem dois aspectos extremamente positivos no uso dos probióticos na avicultura, ou seja, aquele que determina melhores índices zooeconômicos, como aumento da produção de ovos em poedeiras (ABDULRAHIM et al., 1996) e a redução da colonização intestinal por alguns patógenos, incluindo-se Salmonella spp. (CORRIER et al., 1995).

Na qualidade dos produtos avícolas para manter a margem de lucro no negócio, provocada pela alta competitividade, outros pontos também são importantes como a granulometria das dietas, peletização e o controle de matérias primas. A nutrição não e responsável somente pelo maior custo individual do setor, mas também interfere na qualidade do produto final a ser oferecido ao mercado e na quantidade e qualidade do resíduo gerado.

Para garantir o seu desenvolvimento sem degradar o meio ambiente e não afetar a imagem dos criadores juntos aos consumidores, os produtores de aves precisam planejar e administrar suas operações de forma segura, para não criar problemas ambientais e risco para a saúde humana e animal.

Fonte: Agrolink

Autor(a): Karina Ferreira Duarte

Adaptação: Portal Suínos e Aves

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Atualizado em: 27 de dezembro de 2012